Valuation: quando o valor deixa de ser número e se torna argumento

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Avaliar uma empresa ou projeto vai muito além de calcular cifras. Um valuation bem estruturado revela método, coerência e credibilidade. E é isso que convence o investidor antes mesmo da negociação.

Avaliar uma empresa ou projeto vai muito além de calcular números complexos. Um valuation bem estruturado revela método, coerência e credibilidade. E é isso que convence o investidor antes mesmo da negociação.O ambiente de negócios brasileiro atravessa um momento de intensa movimentação. Mesmo com os juros elevados e o custo de capital pressionado, o aumento das operações de M&A e reestruturações corporativas tem mantido o interesse de investidores e gestores por ativos reais e projetos de longo prazo.

Mas o volume de capital disponível não significa facilidade de acesso. Investidores e credores estão cada vez mais criteriosos na avaliação das oportunidades, exigindo transparência, governança e, sobretudo, clareza sobre o valor econômico real de cada negócio. Nesse contexto, o valuation, ou a precificação de empresas e projetos, deixou de ser uma etapa formal e se tornou peça estratégica na construção de qualquer negociação.

O valuation bem conduzido é o que separa percepção de realidade. Ele traduz premissas de mercado, estrutura de capital, riscos e projeções em uma história financeira capaz de sustentar decisões de investimento. Não se trata apenas de calcular números, mas de transformar informações em argumentos.

Hoje, projetos e empresas que não conseguem demonstrar de forma estruturada como chegaram ao seu valor perdem competitividade. Já aquelas que apresentam análises consistentes, alinhadas ao cenário macroeconômico e ao comportamento setorial, ganham credibilidade e ampliam o diálogo com potenciais investidores.

Em um mercado mais técnico e transparente, o valuation deixou de ser um instrumento de convencimento e passou a ser uma ferramenta de confiança: é a base sobre a qual toda negociação sólida é construída.

O valor percebido versus o valor econômico

Um dos maiores desafios nas negociações de investimento, fusões ou venda de ativos está na diferença entre o valor percebido e o valor econômico. É comum que empreendedores e gestores enxerguem seus negócios sob a ótica da construção e do esforço, enquanto investidores avaliam sob a ótica do retorno e do risco. Essa assimetria de percepção é o ponto de partida para boa parte das frustrações e impasses em processos de valuation.

Em muitos casos, a supervalorização decorre de projeções excessivamente otimistas, premissas desconectadas da realidade setorial ou da ausência de análises comparativas. Modelos construídos com base apenas em histórico contábil ou em expectativas pessoais acabam produzindo números que não resistem à diligência do investidor. Quando confrontadas com benchmarks de mercado, essas avaliações perdem credibilidade e fragilizam a posição de negociação da empresa.

Outro erro recorrente é o oposto: a subavaliação. Alguns empreendedores, receosos de parecerem pouco realistas, acabam apresentando estimativas conservadoras demais, comprometendo sua capacidade de atrair parceiros estratégicos ou precificar corretamente sua participação em rodadas de investimento.

Esses desvios não se limitam ao cálculo. Eles impactam diretamente a narrativa. Um valuation mal estruturado transmite ao investidor a sensação de falta de preparo, de compreensão limitada do próprio negócio e de risco elevado. Em contrapartida, um processo bem fundamentado demonstra domínio técnico e segurança, elementos que pesam tanto quanto o número final na decisão de investimento.

No fim, o problema não está no valor em si, mas na coerência entre o método, as premissas e a história que o valuation conta. Em um mercado mais analítico e competitivo, quem não domina essa coerência corre o risco de ter o valor de seu negócio decidido por quem está do outro lado da mesa.

O que os investidores realmente observam

Para o investidor, o número final de um valuation é apenas o ponto de partida. O que realmente importa é a qualidade do processo que levou até ele. Por isso, mais do que o resultado, o investidor observa o método, a consistência das premissas e a capacidade da empresa de sustentar suas projeções diante de diferentes cenários.

Durante uma análise, o foco não está apenas no fluxo de caixa projetado, mas em como essas projeções foram construídas. As perguntas são diretas: quais hipóteses embasam o crescimento da receita? Como os riscos setoriais e macroeconômicos foram tratados? Os custos de capital e as premissas de inflação, câmbio e juros estão atualizados e alinhados ao mercado? Quando as respostas não são claras, o investidor rapidamente percebe fragilidade técnica.

Outro ponto crucial é a coerência entre o discurso estratégico e os números apresentados. Valuations que prometem expansão acelerada, mas sem plano operacional consistente, ou que projetam margens acima da média sem justificativas plausíveis, levantam alertas imediatos. O investidor experiente busca sinais de maturidade: previsões realistas, cenários alternativos, sensibilidade a variáveis críticas e visão de longo prazo.

Além disso, a forma de apresentação também conta. Um valuation mal estruturado, sem narrativa financeira clara, gera dúvidas. Já um processo transparente, com dados rastreáveis e metodologia sólida, transmite credibilidade e segurança.

No fim, o que o investidor procura não é um número “alto”, mas um número crível. O valor não está apenas na cifra, mas na história que ela é capaz de contar. E é essa história técnica, coerente e bem estruturada que transforma valuation em argumento de negociação.

A solução: inteligência de mercado e método técnico 

O valuation eficaz combina técnica financeira, leitura de mercado e capacidade analítica. Nenhum modelo, isoladamente, é capaz de captar a complexidade de um negócio. É a integração entre os métodos e a interpretação que se faz deles que gera resultados consistentes.

Modelos como o Fluxo de Caixa Descontado (DCF), os múltiplos comparáveis e as transações precedentes são os mais utilizados, mas precisam ser aplicados com critério. O DCF, por exemplo, é sensível a pequenas variações nas premissas de crescimento e taxa de desconto. Já os múltiplos e comparáveis exigem um olhar atento para diferenças de porte, estágio de maturidade e contexto setorial. O segredo está em cruzar essas abordagens, testando hipóteses e calibrando resultados para refletir a realidade de mercado.

Mais do que uma planilha, o valuation deve ser tratado como um instrumento de decisão estratégica. Ele revela não apenas quanto vale uma empresa, mas quais fatores impulsionam ou reduzem seu valor ao longo do tempo. Quando utilizado de forma inteligente, o processo orienta decisões sobre capital, estrutura societária, governança e até prioridades de crescimento.

O uso de inteligência de mercado é o que diferencia análises genéricas de valuations realmente estratégicos. Incorporar dados setoriais atualizados, acompanhar tendências de M&A, indicadores econômicos, percepção de risco e WACC permite ao avaliador sair da abstração e ancorar o valuation em evidências reais.

Em um ambiente em que os investidores têm acesso a informações cada vez mais sofisticadas, apresentar um valuation “de prateleira” não convence. O diferencial está em demonstrar método, transparência e domínio técnico, sinais claros de que o negócio entende o próprio valor e está pronto para negociá-lo de igual para igual.

UNA: transformando números em argumentos

Na UNA, acreditamos que valuation não é apenas uma fórmula: é uma narrativa financeira construída sobre dados, método e estratégia. Cada número deve refletir uma história coerente: onde o negócio está, para onde pode ir e quais fundamentos sustentam esse caminho.

Nosso processo de avaliação de empresas e projetos combina rigor técnico com inteligência de mercado. Unimos modelagem financeira detalhada a análises setoriais, sensibilidade de cenários e benchmarking de transações, garantindo que cada avaliação traduza o verdadeiro potencial econômico do ativo.

Com o apoio da plataforma digital UNA Connect, consolidamos informações financeiras, indicadores de performance, parâmetros macroeconômicos e dados de mercado em um único ambiente. Essa integração dá agilidade ao processo e reduz o risco de decisões baseadas em percepções subjetivas.

Mais do que estimar um valor, ajudamos nossos clientes a compreender o que realmente o impulsiona e como comunicar isso ao investidor certo. Valuations bem estruturados não apenas fortalecem negociações, mas ampliam o acesso ao capital, melhoram o diálogo com credores e oferecem segurança em processos de M&A, reestruturação ou emissão de dívida.

Ao transformar dados em argumentos, a UNA posiciona o valuation como o elo entre técnica e estratégia. O resultado é: clareza para quem vende, confiança para quem investe e eficiência para o mercado que conecta ambos.

Quer saber como podemos apoiar o sucesso do seu projeto? Fale com a nossa equipe.


Referências para Consulta

ANBIMA – Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas. Disponível em: https://www.anbima.com.br/data/files/51/63/4A/09/F399891094C0A889B82BA2A8/codigo_AGRT_vigente_de_02_01_19_ate_22_05_2019.pdf

PwC Brasil – página de Avaliação: “Avaliação de negócios e patrimônio”. Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/assessoria-transacoes/avaliacao.html

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