Por que monitorar covenants melhora o relacionamento com bancos e credores

Compartilhe este conteúdo

Monitorar covenants vai muito além de cumprir uma cláusula contratual: é um fator decisivo para construir relações sólidas e de confiança com bancos e investidores. Ao garantir previsibilidade e transparência, as empresas não apenas reduzem riscos, mas conquistam credores e abrem portas para novas oportunidades.

Nos capítulos anteriores da série Gestão de Covenants em Contratos de Financiamento, exploramos desde os conceitos básicos até a implementação de processos eficientes, os erros mais comuns e as consequências do descumprimento de cláusulas. Agora, avançamos para um ponto decisivo: como o monitoramento ativo dos covenants impacta diretamente a relação com bancos e investidores.

Em operações de crédito e no mercado de capitais, a confiança não nasce na assinatura do contrato: ela precisa ser cultivada na rotina. Para credores e investidores, os covenants funcionam como sensores de risco que sinalizam a saúde financeira e operacional da empresa ao longo do tempo. E é justamente a consistência com que a companhia mede, registra e comunica o cumprimento dessas cláusulas que define a qualidade do relacionamento e abre (ou fecha) portas para futuras negociações.

Do lado dos credores, existe um ciclo contínuo de acompanhamento: originação e due diligence, aprovação em comitê de crédito, monitoramento pós-contratação, early warning e eventuais renegociações. Nesse ciclo, os covenants fornecem sinal diário e periódico sobre risco. 

A instituição compara o que foi prometido na tese de crédito com o que vem acontecendo no caixa, nos indicadores e na execução do projeto.

Na prática, bancos e credores monitoram quatro frentes principais:

  • Financeira: alavancagem, liquidez, DSCR, covenants de contas reserva e estrutura de garantias.
  • Operacional: marcos de obra, disponibilidade e performance, SLAs, encerramento de CAPEX.
  • Jurídico e compliance: licenças, apólices, aditivos, restrições negativas, fatos relevantes.
  • Informação: prazos de entrega, qualidade de evidências, coerência entre demonstrativos e narrativas.

Quando o monitoramento do credor detecta ruído, alguns gatilhos acendem: atrasos recorrentes em obrigações de informação, deterioração gradual de indicadores, mudanças relevantes sem aviso, inconsistências entre relatório e evidência. Esses sinais costumam levar a ações objetivas do credor, como exigir informações adicionais, reavaliar rating interno, apertar condições de novas linhas, pedir reforço de garantias ou levar o nome para listas de observação. No mercado de capitais, o efeito é percepção de risco maior, menor apetite em novas ofertas e, em casos persistentes, pressão de preço.

Esse cenário estabelece uma expectativa clara para a empresa financiada: manter um sistema de monitoramento de covenants que se conecte ao calendário do credor, entregue relatórios comparáveis, traga diagnóstico e plano de ação, e preserve uma trilha de auditoria acessível. 

Em outras palavras, transformar os covenants em uma rotina de gestão que reduz o trabalho de verificação do banco e aumenta a previsibilidade para investidores. Quando isso acontece, o relacionamento muda de eixo. O credor passa a ver disciplina, transparência e capacidade de execução, e a conversa deixa de ser sobre risco imediato para se tornar sobre continuidade, novos limites e velocidade de resposta em pedidos futuros.

O preço da falta de previsibilidade

Apesar da relevância, muitas empresas ainda tratam os covenants como uma obrigação acessória, lembrada apenas em dois momentos: no fechamento contábil, quando os relatórios precisam ser enviados, ou no pior cenário, quando uma cláusula já foi descumprida. Esse comportamento cria uma percepção negativa imediata para bancos e investidores: a de que não existe governança efetiva sobre os riscos contratados.

Do ponto de vista do credor, essa postura acende sinais vermelhos. O banco interpreta a falta de monitoramento proativo como risco de deterioração da capacidade de pagamento. Na prática, a consequência é endurecimento das condições de crédito: spreads mais altos, prazos encurtados, maior exigência de garantias e menor disposição para renegociar em bases equilibradas.

No mercado de capitais, a penalização é ainda mais severa. Investidores institucionais que seguem políticas rígidas de risco e compliance, reagem com cautela quando percebem fragilidade na governança de covenants. Isso se traduz em perda de apetite em novas emissões, rebaixamento de ratings internos e, em casos extremos, retirada de suporte em ofertas subsequentes.

Além disso, a comunicação deficiente amplia o problema. Quando o banco descobre uma inconsistência ou um descumprimento por meio de auditorias ou verificações independentes, em vez de ser informado diretamente pela empresa, a confiança se desgasta. Esse tipo de surpresa não apenas gera tensão imediata, mas coloca em dúvida toda a estrutura de gestão da companhia.

Em resumo, a ausência de monitoramento contínuo não é percebida apenas como uma falha operacional: para bancos e investidores, ela sinaliza risco estrutural, fragilidade de governança e falta de previsibilidade. E, nesse contexto, a relação com financiadores deixa de ser parceria e passa a ser vigilância, criando um ambiente hostil para qualquer negociação futura.

O que diferencia quem faz certo

Se a falta de previsibilidade mina a confiança de bancos e investidores, o caminho inverso também é verdadeiro. Empresas que estruturam um monitoramento contínuo transformam os covenants em um ativo de credibilidade. Mais do que cumprir cláusulas, elas mostram disciplina, maturidade e capacidade de gestão. Do outro lado da mesa, credores percebem previsibilidade, menor risco e disposição para fortalecer a parceria. É essa diferença de postura que separa quem apenas cumpre obrigações de quem constrói relacionamentos sólidos.

1. Transparência e confiança

Pela empresa: monitorar covenants demonstra disciplina e compromisso com as obrigações contratuais. Relatórios consistentes e entregas no prazo eliminam surpresas e facilitam auditorias.

Pelos credores: bancos reduzem o esforço de verificação e sentem que podem confiar mais na companhia. No mercado de capitais, investidores percebem clareza e responsabilidade, fatores decisivos para manter e ampliar exposição.

2. Prevenção de descumprimentos

Pela empresa: o acompanhamento contínuo permite identificar riscos antes que se tornem problemas reais, evitando gatilhos de vencimento antecipado, multas e restrições.

Pelos credores: uma postura preventiva reduz custos de monitoramento, mostra capacidade de antecipação e dá segurança de que a empresa é capaz de reagir rapidamente a oscilações de mercado ou operação.

3. Melhora na comunicação com financiadores

Pela empresa: relatórios periódicos, alertas automáticos e reuniões de acompanhamento criam um canal estruturado de diálogo com credores. O resultado é um relacionamento menos reativo e mais profissional.

Pelos credores: informações recebidas de forma transparente e tempestiva diminuem a assimetria e aumentam a previsibilidade. Isso abre espaço para negociações futuras mais equilibradas, seja em novas linhas de crédito, seja em reestruturações.

4. Fortalecimento da governança corporativa

Pela empresa: monitorar covenants está alinhado às boas práticas de compliance e gestão de riscos, reforçando maturidade financeira e institucional.

Pelos investidores: companhias que exibem governança sólida atraem mais capital institucional e ampliam sua competitividade no mercado. Essa postura se reflete diretamente em ratings, liquidez e condições de financiamento.

Como transformar covenants em um ativo de relacionamento

Monitorar covenants de forma estruturada não é apenas uma exigência contratual. É uma oportunidade para a empresa demonstrar disciplina, maturidade e capacidade de gestão diante de bancos e investidores. Quando a informação é organizada, transparente e tempestiva, ela deixa de ser vista como obrigação burocrática e passa a ser percebida como sinal de governança sólida.

É exatamente nesse ponto que a tecnologia se torna diferencial. Ferramentas adequadas permitem centralizar cláusulas, automatizar alertas, gerar relatórios comparáveis e manter trilhas de auditoria acessíveis tanto para a gestão interna quanto para credores. O resultado é uma comunicação mais clara, redução de atrito e fortalecimento da confiança entre todas as partes.

Como a UNA apoia esse processo

A UNA desenvolveu o UNA Covenants, plataforma digital criada para transformar o acompanhamento de cláusulas contratuais em um processo contínuo, auditável e estratégico. Com ela, empresas conseguem:

  • Consolidar contratos, garantias e aditivos em um único ambiente digital;
  • Mapear responsabilidades e automatizar notificações, garantindo que nenhuma obrigação fique esquecida;
  • Produzir relatórios claros e comparáveis, que dialogam diretamente com a rotina de acompanhamento dos credores;
  • Arquivar evidências de cumprimento, criando um histórico confiável e pronto para auditorias;
  • Fortalecer a comunicação com financiadores, com registro de interações e transparência em renegociações.

Na prática, a UNA ajuda a reduzir o trabalho de verificação dos credores e aumenta a previsibilidade percebida pelos investidores. Assim, a gestão deixa de ser reativa e passa a ser um diferencial competitivo.

Com o UNA Covenants, a gestão deixa de ser reativa e passa a ser estruturada, auditável e previsível. E isso muda completamente a forma como a empresa se relaciona com seus contratos e com seus credores.

Agende uma demonstração personalizada com a nossa equipe e conheça, na prática, como a UNA pode ajudar a sua gestão de covenants.

Conclusão

Monitorar covenants não é um exercício de burocracia, é uma estratégia de relacionamento. Ao mostrar disciplina e transparência, a empresa reduz riscos, constrói confiança e abre espaço para negociar de forma mais equilibrada com bancos e investidores.

E há um efeito adicional: empresas que monitoram bem suas obrigações tendem a acessar melhores condições de crédito, com taxas menores, prazos mais longos e mais flexibilidade contratual. 

Esse será o tema do próximo capítulo da nossa série: “Como um controle eficiente de covenants pode reduzir o custo financeiro das empresas.”.

Continue acompanhando a nossa série aqui e pelas nossas redes sociais. 

Be part of the UNA Ecosystem.

Connect to excellent opportunities to transform your project into reality. With UNA, your project has the support it needs to reach new success levels and contribute to a more sustainable future.

Come to UNA!

Faça parte do Ecossistema UNA.

Conecte à uma excelente oportunidades em transformar o seu projeto em realizadade. Com a UNA, seu projeto tem o suporte necessário para alcançar novos patamares de sucesso e contribuir para um futuro mais sustentável.

Vem pra UNA!